[A Benedita - da minha autoria]
A semana começa muito mal. A noite foi passada em claro. Tremi o tempo todo. Tinha muito frio, mas sem razão.
O Ben, que afinal era uma Benedita, faleceu esta madrugada.
Custou-me tanto deitar-me e saber que de manhã ela não estaria viva. Mas ainda acreditei. As 4h48 ouvi o grito da mamã. O meu pressentimento era real, ou não tivesse eu ouvido uma coruja quando me deitei e a Benedita não estivesse a ficar fria.
Agora para perceberem a história toda cá vai um resumo da sua curta vida.
A Benedita veio cá para casa por ser um gato e para caçar ratos. Era pequenina e comia muito pouco. Era tão esquisita. Só comia ração da "Friskies Junior". Não cumpriu a função que lhe era destinada. Nunca deixei que fosse para a rua. Podia morrer atropelada porque ela não ficaria só no nosso espaço/quintal. Iria explorar tudo à volta, como fez por duas ou três vezes em que a deixamos ir à rua, sempre debaixo de olho.
Nos dias que fui para a Covilhã a gatinha teve o cio pela primeira vez. Descobrimos assim que era uma menina. A partir daí ficou doente. Teve uma doença rara. Levou injecções de quimioterapia. Depois veio uma esterilização porque o problema voltaria no próximo cio. Durante a operação a Benedita fez um edema pulmonar, mas lá recuperou. Durante 10 dias recuperou da operação com sucesso. Na 6ªfeira tirou o penso e o vestido que a protegia. Ganhou vida. Brincou tanto. Mas começou também a vomitar. Sábado de manhã lá vamos à veterinária. Ela achou que não seria nada da operação, era tarde para ser uma reacção. Talvez fosse uma gastroentrite. Eu dividei, porque não havia nada que a gatinha pudesse comer que ela não estivesse habituada e que lhe fizesse mal. Qualquer coisa era só marcar o número das urgências.
Ontem à noite, depois de um dia inteiro fora de casa, recorri ao número de emergência da clinica veterinária, a gata não estava melhor, antes pelo contrário. Do outro lado ninguém atendeu. Restou-me esperar pela manhã e rezar. Mas as notícias más chegaram de madrugada.
Hoje de manhã liguei à veterinária. Ficou sem saber o que me dizer. Diz que o telemóvel não registou as chamadas. Não sei porquê, não acredito. Hoje lá deu a mão à palmatória dizendo que realmente podia estar relacionado com a operação.
A mim resta-me chorar e esperar que com o tempo estar dor passe e fiquem as boas recordações.
Enquanto escrevo as lágrimas rolam sem parar. É impossível ver uma só letra, elas parecem tantas. Estou desde as 13:57 a escrever esta mensagem.
Hoje, nem a possibilidade de finalmente ir beber café com ELE e de nos revermos depois das férias me anima.
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